Boitempo lança livro DigiLabour. Confira o sumário!

A editora Boitempo está lançando o livro Os Laboratórios do Trabalho Digital, organizado por Rafael Grohmann. A obra é fruto do trabalho do DigiLabour nos anos de 2019 e 2020 e apresenta 38 das entrevistas que realizamos com pesquisadoras e pesquisadores internacionais e nacionais. Além disso, conta com um capítulo introdutório de Grohmann: “Trabalho em plataformas é laboratório da luta de classes”.

Confira a sinopse: “O trabalho mediado por plataformas está presente em toda a sociedade. Termos como “plataformização”, “uberização”, “dados” e “algoritmos” são vocábulos definitivos na gramática do capital contemporâneo. Em contrapartida, as lutas dos trabalhadores também ganharam novos contornos, em artifícios como o cooperativismo de plataforma, o sindicalismo digital e as plataformas de propriedade dos trabalhadores. Nesta obra, o cientista social Rafael Grohmann traça um panorama dos estudos sobre trabalho e tecnologia por meio de 38 entrevistas com os principais pesquisadores da área no Brasil e no mundo, como Virginia Eubanks, Jamie Woodcock, Ursula Huws, Ludmila Costhek Abílio e Ricardo Antunes. Uma das várias lições deste livro é que o cenário atual do trabalho em plataformas não é inevitável como aparenta ser; é, pelo contrário, um laboratório. Se, por um lado, o capitalismo experimenta novos mecanismos de subjugação da classe trabalhadora, por outro é possível formular alternativas, construir projetos prefigurativos e lutar pela não precarização do trabalho gerido por algoritmos e realizado por milhares de trabalhadores em todo o mundo”.

A orelha é de Ruy Braga, professor de sociologia da USP, e a quarta capa tem frases de Muniz Sodré, professor de comunicação da UFRJ, Nuria Soto, entregadora da cooperativas Mensakas, de Barcelona, e Edemilson Paraná, professor de sociologia da UFC.

Confira o sumário da obra:

Apresentação

Introdução: Trabalho em Plataformas é Laboratório da Luta de Classes – Rafael Grohmann

PARTE I – Trabalho digital: organização, extração de valor e interseccionalidades

1. O trabalho digital além da uberização – Antonio Casilli 

2. Capitalismo de plataforma e desantropomorfização do trabalho – Ricardo Antunes

3. Heteromação do trabalho e novas lógicas de extração de valor – Hamid Ekbia

4. Não há trabalho sem comunicação – Roseli Fígaro

5. A organização do trabalho nos galpões da Amazon – Alessandro Delfanti

6. Trabalho nas plataformas é trabalho de minorias – Niels van Doorn

7. Tempo, gênero e tecnologia no trabalho – Judy Wajcman

8. Trabalho digital e trabalho gratuito em perspectiva feminista – Maud Simonet

9. Raça e classe no trabalho digital em olhar não eurocêntrico – Sareeta Amrute

10. Imaginários, aspirações e solidariedade no trabalho digital nas Filipinas – Cheryll Soriano

11. Trabalho digital, gênero e fofura no Japão – Gabriella Lukács

12. Uberização como apropriação do modo de vida das periferias – Ludmila Costhek Abilio

PARTE II – Narrativas do trabalho digital

13. A retórica da economia do compartilhamento – Athina Karatzogianni

14. Uberização como extensão da racionalidade empreendedora – Christian Laval

15. McMindfulness: retórica empreendedora, ideologia do Vale do Silício e violência epistêmica – Ronald Purser

16. A retórica sobre cidades inteligentes e internet das coisas – Vincent Mosco

PARTE III – Inteligência artificial e trabalho digital

17. Inteligência artificial como condição geral de produção – Nick Dyer-Witheford

18. O trabalho dos moderadores de conteúdo das mídias sociais – Sarah T. Roberts

19. Trabalhando para a inteligência artificial e organizando os trabalhadores – Kristy Milland

20. Os brasileiros que trabalham na Amazon Mechanical Turk – Bruno Moreschi, Gabriel Pereira e Fabio Cozman

21. Trabalho e inteligência artificial além da Mechanical Turk – Florian A. Schimdt

22. Descolonizar a computação – Syed Mustafa Ali

PARTE IV – Algoritmos, dados e desigualdades

23. Racionalidade algorítmica e laboratório de plataforma – Fernanda Bruno

24. Plataformas biopolíticas, dados como capital e virtudes perversas do trabalho digital  – Jathan Sadowski

25. Os dados e a expropriação dos nossos recursos – Nick Couldry

26. A invisibilidade do trabalho de dados – Jérôme Denis

27. Circulação e imaginário dos dados – David Beer

28. A automatização das desigualdades no setor público – Virginia Eubanks

29. Descolonizando os dados – Ulises Mejias

PARTE V – Organização dos trabalhadores e plataformas alternativas

30. Abolir o Vale do Silício e organizar os trabalhadores – Wendy Liu

31. Gamificação no mundo do trabalho e resistências dos trabalhadores – Jamie Woodcock

32. As ambiguidades do comum no trabalho digital – Sebastien Broca

33. Desigualdades estruturais no trabalho digital – Tamara Kneese

34. Trabalho comunicativo e práticas autônomas – Enda Brophy

35. Cooperativas no setor da cultura e o contexto digital – Marisol Sandoval

36. Trabalho digital e plataformas alternativas – Christian Fuchs

37. Construir plataformas pós-capitalistas – Nick Srnicek

38. Desmercantilizar as plataformas digitais – Ursula Huws

O livro sai com tiragem inicial de 3 mil cópias e está disponível nas versões impressa e e-book.

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