Plataformas de Propriedade de Pessoas Trabalhadoras e Interseccionalidade (WOIP)

Pesquisa-Ação com Trabalhadoras e Trabalhadores dos Setores de Tecnologias e Entrega no Brasil e na Argentina

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WOIP

Financiado por Social Sciences and Humanities Research Council (SSHRC), Canada, por meio de um Insight Development Grant

Equipe da Pesquisa

Rafael Grohmann

Coordenador

Professor de Estudos de Mídia (Estudos Críticos de Plataformas) na Universidade de Toronto, afiliado ao Departamento de Artes, Cultura e Mídia e à Faculdade de Informação. Sua pesquisa se concentra no trabalho por plataformas e na plataformização do trabalho, especialmente nas formas de agência, organização e resistência por parte da classe trabalhadora. Ele é líder da Iniciativa DigiLabour, co-diretor do Critical Digital Methods Institute (CDMI). Pesquisador dos projetos Fairwork e Platform Work Inclusion Living Lab (P-WILL). Ele é co-editor-chefe da revista Platforms & Society. Coordenador do projeto Worker-Owned Intersectional Platforms (WOIP).
Alt Cooperativa


Integrante da Pesquisa

Somos uma cooperativa de pessoas trabalhadoras formada inteiramente por pessoas trans, oferecendo serviços digitais como desenvolvimento web, design UX/UI, gerenciamento de sites e serviços de gestão comunitária. Geograficamente, estamos localizades em diferentes partes da Argentina, por isso trabalhamos constantemente no fortalecimento de nossas redes para expandir nossa comunidade e construir espaços digitais cooperativos e transfeministas.

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Central

Integrante da Pesquisa

Cooperativa de Trabalho Central é uma cooperativa de entregas formada em 2017 na capital de Salta, Argentina, registrada e inscrita no INAES (Instituto Nacional de Associativismo e Economia Social), dedicada à entrega de encomendas, procedimentos bancários, serviços municipais, serviços privados, etc., dentro da província de Salta.

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FACTTIC


Integrante da Pesquisa

A Federação Argentina de Cooperativas de Trabalho de Tecnologia, Inovação e Conhecimento (FACTTIC) tem mais de 10 anos de experiência e foi criada para que as cooperativas de trabalho do setor troquem informações e conhecimentos e construam soluções coletivas de forma colaborativa. A FACTTIC agrupa 35 cooperativas, localizadas em mais de 10 províncias da Argentina, e hoje conta com 600 profissionais de diferentes disciplinas.

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MariaLab

Integrante da Pesquisa

A MariaLab é uma organização sem fins lucrativos e sem vínculo político-partidário que desde 2014 atua na intersecção entre gênero, raça, política e tecnologias. Nasce do desejo de tornar os espaços de tecnologia mais plurais: envolvendo mais mulheres, pessoas trans e não binárias, promovendo um pensamento e discussão interseccional que considere raça,classe social e identidade de gênero no desenho de tecnologias, sejam elas digitais ou não.
Trabalhamos com organizações da sociedade civil e movimentos sociais naspautas de segurança digital e infraestrutura.

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Núcleo de Tecnologia do MTST


Integrante da Pesquisa

O Núcleo de Tecnologia do MTST surgiu em 2020 com a tarefa política de apoiar o desenvolvimento de ferramentas e na apropriação de técnicas para a construção do trabalho de base através da tecnologia. Esse processo acontece por meio da organização da luta no território com o objetivo de melhorar a capacidade dos trabalhadores de construir seu futuro de forma autônoma enquanto coletivo. Entendemos essa disputa como uma maneira de pautar a nossa soberania, uma capacidade de apontarmos nós mesmos quais caminhos são efetivamente emancipatórios para o nosso povo. É por meio da forma como usamos a tecnologia a nosso favor que promovemos a construção do poder popular.

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Señoritas Courier


Integrante da Pesquisa

Señoritas Courier é uma cooperativa de ciclo entregas composta por mulheres e pessoas trans, que atua em São Paulo desde 2017. Para além das ciclo entregas, desenvolvemos outras atividades para geração de renda, como oficinas de manutenção de bicicletas roteiros ciclísticos, com foco na interseccionalidade de gênero e raça, e com olhar para a diversidade de corpos e terrítórios. Atuamos ativamente no debate sobre inclusão digital e criação de plataforma cooperativista de entregas.

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Fabiana Benedito


Assistente de Pesquisa

Fabiana de Oliveira Benedito é doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia, no Brasil, e integra o Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura (Gig@). Atualmente, pesquisa o trabalho doméstico plataformizado, com especial interesse nos imaginários sociotécnicos acerca das plataformas digitais de trabalho. Sua investigação busca identificar e interpretar esses imaginários levando em consideração as dimensões de gênero, raça e classe que marcam o trabalho doméstico no Brasil.
Mayara Almeida de Paula


Assistente de Pesquisa

Sou arquiteta e urbanista (Universidade Federal de Alagoas, 2019), mestre em Arquitetura e Urbanismo (Universidade Federal da Bahia, 2023) e atualmente doutoranda em Planejamento na Universidade de Toronto. Especializei-me no curso Cidades em Disputa: pesquisa, história e processos sociais com uma bolsa integral na City School (2022). Fui bolsista do Programa de Educação Tutorial (2014-2019) e professora voluntária do Programa de Apoio aos Estudantes das Escolas Públicas Estaduais (2016-2018) em Alagoas, Brasil. Ao longo da graduação, desenvolvi diversas atividades acadêmicas, como monitoria do curso Projeto Arquitetônico 1, organização das Semanas de Arquitetura e Urbanismo (SEMAU), organização do Encontro Regional de Grupos PET, coordenação e design da revista ÍMPETO (2016 e 2018) e realizei um intercâmbio na Universidade Jiao Tong de Xangai (2016) pelo Programa Top China. Minha dissertacao de mestrado foi selecionada pelo ArchDaily como uma das melhores em arquitetura e urbanismo em 2019 entre os países de língua portuguesa. Durante meu mestrado, fui bolsista financiada pela Fundação Ford para uma pesquisa chamada “Regimes de controle privado-militar em territórios populares e novas estratégias de engajamento cívico”, coordenada pela Professora Raquel Rolnik. Atualmente, estou engajada em pesquisa sobre a interação entre raça, gênero e planejamento urbano, e nas possibilidades de criação de políticas públicas voltadas para mulheres negras e igualdade nos bairros brasileiros.
Kaushar Mahetaji


Assistente de Pesquisa

Kaushar Mahetaji é estudante de doutorado na Faculdade de Informação da Universidade de Toronto, na area de concentracao em mídia, tecnologia e cultura. Sua pesquisa explora como o poder das plataformas é mediado, negociado e contestado, integrando estruturas teóricas e métodos da economia política, dos sistemas de informação e da gestão estratégica. Especificamente, ela avalia como as plataformas de mídias sociais utilizam ferramentas digitais para gerenciar suas relações com criadores de conteúdo e terceiros, incluindo parceiros, intermediários de dados e anunciantes. Kaushar tem interesse amplo no trabalho por plataformas, na economia dos criadores e na governança das plataformas.
David Nieborg


Integrante do Conselho

David B. Nieborg é Professor Associado de Estudos de Mídia na Universidade de Toronto. Atualmente, é Pesquisador Associado no Jackman Humanities Institute e Pesquisador Residente do Instituto de Estudos Avançados em Princeton. Ele teve nomeações como visitante e fellow no MIT, na Universidade de Tecnologia de Queensland, na Universidade Chinesa de Hong Kong e na Universidade de Amsterdam. David publicou sobre a indústria de jogos, economia de aplicativos e plataformas, e jornalismo de jogos em publicações acadêmicas como New Media & Society, Social Media + Society, Internet Policy Review e Media, Culture and Society. Ele é co-autor de Platforms and Cultural Production (Polity, 2021), que foi traduzido para o italiano e chinês, e de Mainstreaming and Game Journalism (MIT Press, 2023).
Denise Kasparian

Denise-Kasparian

Integrante do Conselho

Denise Kasparian é Bacharel em Sociologia e Doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Buenos Aires. É Pesquisadora do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET) com sede no Instituto de Pesquisas Gino Germani e Professora Adjunta em Sociologia da Economia Social e Solidária da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires. Além disso, coordena o Observatório de Economia Popular, Social e Solidária (OEPSS) da mesma faculdade. Entre 2021 e 2023, foi Fellow do Institute for the Cooperative Digital Economy (The New School) e Kendeda Fellow do Institute for the Study of Employee Ownership and Profit Sharing (Rutgers University). Suas pesquisas concentram-se em conflito e mudança social em organizações de trabalho associativo e autogerido, bem como em suas condições de consolidação. Atualmente, ela está desenvolvendo uma linha de pesquisa sobre as possibilidades de implementação do cooperativismo de plataformas na Argentina e na região sul-americana, com ênfase especial nos setores de entrega em domicílio e trabalho doméstico. Ela publicou numerosos artigos sobre o tema. Seu livro Co-operative Struggles (Brill, 2022) recebeu a menção honrosa na edição de 2024 do Joyce Rothschild Book Prize, que reconhece contribuições substanciais para o avanço da democracia econômica.
Roseli Figaro


Integrante do Conselho

Professora titular da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), no qual é líder do projeto temático Fapesp (2023-2028) Datificação da atividade de comunicação e trabalho de arranjos de comunicadores: os embates com as determinações das empresas de plataformas. Atua na área de Comunicação, principalmente, nos seguintes temas: comunicação e mundo do trabalho, comunicação e discurso; comunicação/educação. Tem inúmeros artigos publicados em revistas científicas nacionais e estrangeiras, capítulos de livros e os livros: “Discurso jornalístico e condições de produção em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia” (2021);”As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia” (2018), “As mudanças no mundo do trabalho do jornalista de São Paulo” (2013), também traduzido para o espanhol (Los cambios en el mundo del trabajo del periodista) e publicado pela Universidade Autônoma de Barcelona; “Relações de Comunicação no mundo do trabalho” (2008); “Comunicação e Análise do Discurso” (2012); “Comunicação e trabalho. Estudo de recepção: o mundo do trabalho como mediação da comunicação”(2001).

A pesquisa explora os contornos de plataformas de propriedade das pessoas trabalhadoras a partir da perspectiva interseccional para vislumbrar um futuro do trabalho mais sustentável para a classe trabalhadora.

Adotando uma abordagem de pesquisa-ação, o projeto envolve trabalhadoras e trabalhadores de entrega e de tecnologia no Brasil e na Argentina.

Plataformas de propriedade das pessoas trabalhadoras implicam trabalhadoras que constroem e governam suas próprias tecnologias, formulando seus próprios princípios organizacionais, com autogestão e princípios democráticos no centro.

O que distingue este projeto de pesquisa é o uso da interseccionalidade:

  • Articula perspectivas queer, feministas, raciais, de classe e decoloniais como múltiplas formas tanto de opressão laboral quanto de possibilidades de imaginar e prefigurar futuros digitais alternativos.

Mais pesquisas sobre plataformas de propriedade dos trabalhadores são necessárias para buscar soluções para pessoas que trabalham por plataformas.

A América Latina é uma das piores regiões do mundo em termos de trabalho decente na economia de plataformas.

Por meio de nossa pesquisa, buscamos evidências da necessidade de vislumbrar, imaginar e projetar plataformas alternativas.

A America Latina tem uma longa história de luta trabalhista e organização em torno da economia solidária e tecnologias comunitarias e alternativas.

Essas lições do passado podem contribuir para a compreensão futura em relação às plataformas de propriedade das pessoas trabalhadoras a partir da perspectiva interseccional

Nossa pesquisa aborda quatro objetivos principais.

Primeiro, visamos examinar e apoiar o que seriam plataformas de propriedade das pessoas trabalhadoras a partir da perspectiva interseccional nos setores de entrega e tecnologia no Brasil e na Argentina.

Pesquisar dois setores (entrega e tecnologia) proporcionará uma oportunidade de cooperação entre eles.

Segundo, a pesquisa visa conectar os debates atuais sobre plataformas de propriedade das pessoas trabalhadoras com a rica e longa história da América Latina na construção de movimentos sociais em torno de economias solidárias, e tecnologias comunitarias e alternativas.

Terceiro, desenvolveremos um método para pesquisa-ação que envolve enquete operaria e justica no design na América Latina para servir como intervenção metodológica no campo dos estudos de plataformas.

Quarto, desenvolveremos, por meio de oficinas de co-criação com os trabalhadores, um documento de design que esboça as características de plataformas digitais interseccionais de propriedade dos trabalhadores.

O objetivo do projeto é discutir coletivamente as diferentes dimensões de como construir uma plataforma interseccional de propriedade das pessoas trabalhadoras.

Isso envolve conversas com os trabalhadores sobre a organização do trabalho, governança da plataforma, políticas de dados e o redesenho e construção das infraestruturas da plataforma.

O subsequente documento de design que será resultado da pesquisa-ação destina-se a servir de base para políticas públicas na América Latina e além.

Os resultados também contribuirão para o conhecimento e a intervencao em politicas publicas e comunidades:

 por meio de workshops de co-criação – sobre alternativas em relação ao trabalho e à tecnologia no Brasil e na Argentina, com implicações políticas globais.