Coronavírus e mundo do trabalho: a semana de 22 a 28/3
DigiLabour
A MP 927/220 movimentou a semana. Na DigiLabour você conferiu o posicionamento de pesquisadores e representantes do mundo do trabalho;
O Grupo de Pesquisas e Estudos para o Trabalho (GEPT) da UnB divulgou uma análise detalhada, artigo por artigo, da MP, escrito por pesquisadores do grupo, dentre eles Sadi dal Rosso e Ricardo Festi;
O DIEESE tem publicado notas técnicas sobre os impactos da pandemia no mundo do trabalho, inclusive sobre a MP 927. Uma das notas aborda propostas de medidas emergenciais a serem adotadas pelo Sistema Financeiro Nacional. Dentre as propostas estão: suspensão temporária da cobrança de, pelo menos, três prestações mensais de empréstimos; criação de linhas de crédito com taxas de juros reduzidas e carência de seis meses para pagamento desses empréstimos, com garantia de emprego e isenção de tarifas para transferências eletrônicas;
Outra nota técnica analisa e critica a proposta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para atenuar efeitos da crise;
A Federação dos Motoristas por Aplicativos do Brasil publicou nota à imprensa falando do abandono dos trabalhadores pelas empresas de plataformas durante a pandemia. Os motoristas reivindicaram taxa zero durante 90 dias, antecipação do prêmio por produtividade anual e liberação de linha de crédito para pagamento após a pandemia e não foram atendidos. A nota ainda diz: “passamos a ter a certeza de que as empresas operadoras não estão preocupadas com a integridade moral. mental ou com a saúde e bem estar de nenhum de seus “parceiros” nem com os passageiros, nem com a população”;
A equipe do projeto Fairwork, da Universidade de Oxford, levantou dados sobre as políticas das empresas de plataformas em relação ao coronavírus. “Nossos resultados mostram que da Índia ao Reino Unido, dos EUA à África do Sul, suas respostas são insuficientes. Na maioria dos casos, eles prestam muita atenção à proteção sem investir significativamente em ações que realmente protegessem sua força de trabalho. Vimos algumas plataformas, dedicando muita energia a dizer aos clientes como eles estão protegendo os trabalhadores, sem realmente informar os próprios trabalhadores […]. Se não queremos que as plataformas determinem a bússola moral de nossas sociedades, precisamos responsabilizá-las por suas políticas”. Em breve o projeto chegará ao Brasil;
Como os aplicativos lucram com o coronavírus colocando os trabalhadores em risco. Matéria do Intercept;
A resposta dos trabalhadores da Instacart à pandemia será uma greve massiva. Matéria da Vice;
Apesar das promessas de “transformação digital”, a crise expõe as desigualdades de quem pode trabalhar remotamente e quem não. Entrevista de Antonio Casilli ao jornal Libération;
Os trabalhadores da Amazon também estão ficando doentes nos Estados Unidos. Matéria do The Verge;
“Chega uma hora que a saída é ao modo do filme Bacurau”. Entrevista de Ricardo Antunes, da Unicamp, ao Marco Zero;
“Estamos online em casa. A internet vai quebrar?“. Texto de Carlos D’Andrea, professor da UFMG;
E as teles assumem que a reclusão traz pico de demanda da internet. Matéria do Meio & Mensagem. O The Verge também publicou reportagem sobre o assunto;
“Cinco recomendações urgentes para implementação de sistemas algorítmicos para questões de saúde pública durante a pandemia do COVID-19″. Artigo de Leonardo Melgaço, Amanda Jurno e Ana Guerra, da UFMG;
Rio de Janeiro usará dados de telefonia para detectar aglomerações. Matéria do R7;
Como o coronavírus tem afetado os trabalhadores da cultura e das artes? Matéria do The Guardian;
De que formas ocorre a vulnerabilidade do trabalho dos músicos em tempos de Covid-19? Texto de Renato Gonçalves na Bravo!;
Shows na janela e a indústria musical no contexto de pandemia. Artigo de Claudia Assef no UOL;
Os jornalistas também se sentem mais pressionados em tempos de pandemia. Charlie Beckett, da London School of Economics, elogia o trabalho jornalístico na cobertura da pandemia, principalmente jornalismo de dados;
Na Jacobin Brasil, Victor Marques crítica a estratégia falida de Bolsonaro em relação ao coronavírus, a mesma tentada por Boris Johnson. E afirma a necessidade de “investimento público, distanciamento físico e solidariedade social”. “Para o Brasil não levar no queixo”.