O Fairwork Brasil é parte integrante da pesquisa-ação coordenada pela Universidade de Oxford e com acordo de cooperação firmado com a UNISINOS para execução no Brasil, atuando em parceria com UFRJ, UFRGS e USP. Tem por objetivo analisar as condições de trabalho em plataformas digitais no país a partir de princípios da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre trabalho decente e buscar mecanismos de intervenção por melhores condições de trabalho junto com atores e instituições interessadas, como associações de trabalhadores e Ministério Público do Trabalho. Os eixos de análise são: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação, que se desdobram em indicadores. A metodologia envolve desk research em sites e documentos, entrevistas com trabalhadores e gestores de plataformas, e um diálogo contínuo com setores não acadêmicos. A partir da avaliação das plataformas seguindo os parâmetros Fairwork, objetiva-se construir mecanismos de pressão junto às empresas de plataformas no sentido de construir outros cenários possíveis para o trabalho em plataformas no país.

The aim of this research is to analyse work conditions and worker organising in click farm platforms in Brazil and Colombia. Although there is much research on platform work in Latin America, very little is known about this subtype of microwork platform, the click farms. Through these platforms, influencers, politicians, celebrities, PR agencies, and other professionals buy packages of likes, comments, and shares on social media platforms. These purchased boosts are not completely automated. Just like other forms of microwork, automation is backed by human labour. Thus, such information flow is built/maintained by workers who spend the days liking, sharing, and commenting on content, earning up to US$ 0.0055 for each task. The methodology involves digital ethnographic research (WhatsApp and Facebook groups) and focus groups with workers from two platforms (GanharNoInsta, Brazil, and SEO sprint, Colombia). The analysis has two dimensions: a) conditions of work: everyday work, infrastructures of connection, relation to informal work and historical informality in the two countries, and class, gender and nationality issues; b) worker organising: tactics of resistance and algorithmic fissures of workers, regarding emerging solidarities, strikes, and use of fake accounts and bots as a way of survival. Thus, the research will do policy recommendations for click farm platforms in Latin America

Com financiamento: sim, University of Witwatersrand (África do Sul) no âmbito do projeto Future of Work(ers) in the global South

The research aims to analyze the key challenges to decentralize data value chains in Mexico and Brazil towards community-driven initiatives, like data commons, platform co-ops and non-aligned technologies. We situate, compare and explore the landscape of the data economy in Mexico and Brazil. There is a blindspot in the literature review regarding comparative and exploratory perspectives in Latin America with a focus on data economy. The scenario in both countries involves a growing data market dominated by Global North-based companies, with governments acting on their behalf. Cloud and colocation service providers will invest $180 billion in data centers by 2024. So, capital spending in this area will grow 15.7 percent year over year, a new report from Omdia (2020) predicts. We conduct, through documentary analysis, a comparative police review of data policies in Mexico and Brazil in order to highlight case studies regarding domestic infrastructure development and community-driven initiatives. Thus, we conduct, through an action research, interviews workshops and roundtables with community leaders and experts, of both countries in order to explore policy recommendations towards community-driven initiatives, in the sense of reclaiming our data futures.

Com financiamento: sim, do IT for Change, no âmbito do projeto Unskewing the Data Value Chain: A Policy Research Project for Equitable Platform Economies

O Observatório do Cooperativismo de Plataforma, financiado pela Fundação Rosa Luxemburgo, tem por objetivo compartilhar conteúdo relevante em português sobre cooperativismo de plataforma de maneira a incentivar iniciativas deste tipo no país. Os objetivos específicos são: fazer curadoria de conteúdo – notícias, relatórios e todo tipo de produção midiática e acadêmica sobre cooperativismo de plataforma, comunicando as informações de modo organizado sobre o que acontece no Brasil e no mundo; produzir vídeos com conceitos e exemplos de cooperativas de plataforma pelo mundo com a finalidade de inspirar futuras iniciativas no Brasil; c) produzir e compartilhar relatórios sobre o tema.

Com financiamento: sim, da Fundação Rosa Luxemburgo e fundos do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e de Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

A pesquisa tem o objetivo de analisar, a partir de uma pesquisa-ação, o papel da comunicação na construção de plataformas cooperativas no setor de entregas no Rio Grande do Sul, investigando os sentidos de plataforma cooperativa na circulação entre produção e consumo (envolvendo redes de restaurantes/outros clientes, outras cooperativas e consumidores das plataformas) a partir das seguintes dimensões: a) desenho e materialidades das plataformas e suas relações com princípios de design justice; b) organização do trabalho, enquanto processos produtivos, e suas relações com princípios de trabalho decente e desenvolvimentos sustentáveis; c) organização dos trabalhadores, enquanto espaços formais e informais de cooperação, colaboração e disputas de sentido; d) políticas e regimes de dados e algoritmos; e) cooperação entre cooperativas; f) estratégias midiáticas das cooperativas; g) consumo das plataformas, desde os rituais de consumo até o papel das mediações algorítmicas. A pesquisa-ação é inspirada nos métodos de investigação com trabalhadores e nos processos de co-desenho da pesquisa, tomados como laboratórios, e o processo de pesquisa se dará junto a dois grupos de entregadores a partir de cinco etapas de investigação. Esperamos contribuir, em uma dimensão teórica, com a discussão sobre trabalho em plataformas digitais e, uma dimensão aplicada, auxiliar na construção de plataformas cooperativas no setor de entregas, enquanto experimentações e laboratórios metodológicos, demarcando potencialidades e limites, com o resultado podendo ser tomado como protótipo para construção de outras plataformas cooperativas no estado do Rio Grande do Sul.

Com financiamento: sim, da FAPERGS, Edital 10/2020 – Auxílio Recém Doutor – ARD, processo 54131.632.56878.05032021

O projeto visa mapear cooperativas de comunicadores na Ibero-América e, a partir disso, investigar: processos comunicacionais e circulação de sentidos; organização do trabalho e processos produtivos; papel das plataformas digitais e da transformação digital, considerando possibilidades, limites e contradições. A metodologia envolve mapeamento, análise de ethos das iniciativas e entrevistas. Como resultado, espera-se delinear um perfil das iniciativas e aproximar suas experiências ao cenário brasileiro, no sentido de traçar linhas para possíveis implementações de cooperativas de comunicadores em cenário de economia de plataforma e transformação digital..

O projeto de pesquisa visa, por meio de pesquisa-ação envolvendo universidade e trabalhadores, elaborar uma proposta de intervenção a fim de auxiliar na implantação de cooperativas de jornalistas no Brasil. A partir da investigação de experiências cooperativas em outros países, o projeto busca traçar linhas-chave para iniciativas com base nesta organização do trabalho. No país, há iniciativas alternativas aos conglomerados de mídia, como agências ou coletivos, mas a emergência de cooperativas tem sido um ponto-cego, tanto na pesquisa acadêmica quanto no mundo do trabalho na área. Em um cenário de individualização e flexibilização de situações e relações de trabalho, é necessário pensar e construir alternativas coletivas e cooperativas de organização, no mundo do trabalho dos jornalistas.

Com financiamento: sim, Edital Universal – CNPq – Processo 439025/2018-4, chamada MCTIC/CNPq N. 28/2018

The aim of this research proposal is to analyse the labour of Brazilian women on AI platforms, considering intersections between gender, Global South and class composition perspectives. There are inequalities involving local workers and so-called global platforms. There is no ‘digital labour universalism’ or a homogeneous and unique notion of global workforce. There are, in fact, diverse work and AI scenarios around the world. The hidden labour in these AI platforms accelerate the platformisation of labour from the process of ?taskification of labour? and the data production for automation. Furthermore, platformisation, or, heteromation of labour has gender perspectives, from the materialities and infrastructures of the platforms to the working conditions. In a Global South perspective, informal work is not an exception, but historically the way of life of most workers, an ordinary state. The change is that informal work, also with gender issues involved, are now platformised. There are connections among human labour, data and planetary resources, considering data as a form of capital for AI companies, expropriating and colonising workers? resources. Is it possible to say that there is an AI colonialism involving hidden labour for AI platforms? Most research on labour and AI focuses on the Global North, highlighting countries such as United States and France, with a centrality of only one platform, Amazon Mechanical Turk. There is also research on the Global South written by researchers from the Global North. The Latin American scenario is less well known in academic research on labour and AI in the Global South in relation to countries like the Philippines and India. In Brazil, existing research to date focuses only on Amazon Mechanical Turk and has no gender perspectives. These researches argue that the majority of workers are men. Nevertheless, what about women? What is it like to be a Brazilian woman ? and thus, from the Global South – working for AI platforms? How are their working conditions? What are the AI imaginaries involved in their relationship with work? The methodology presents the workers’ inquiry as a background (Englert, Woodcock & Cant 2020). This means focusing on the workers’ perspective and, based on the research, elaborating forms of action together with the workers. From a larger sample, we will interview 15 Brazilian women who work for AI platforms, considering a variety of platforms and age groups. The interview guide will follow principles of oral histories and address topics such as: everyday life; working conditions; AI imaginaries; how gender, age and territory issues affect your life experiences. Then, we will produce media content co-written with workers to circulate workers’ struggles..

Com financiamento: sim, University of Cambridge