Início » É luta de classes mesmo, sem conversinha: entrevista com Galo, dos Entregadores Antifascistas Interviews É luta de classes mesmo, sem conversinha: entrevista com Galo, dos Entregadores Antifascistas Político de rua (e também das redes?), Paulo Lima, o Galo, liderança dos Entregadores Antifascistas, Galo arrumou um tempo, entre muitas lives e movimentações, para conversar com DigiLabour na última segunda-feira por videoconferência. Para ele, a luta dos entregadores tem potencial para unir a classe trabalhadora: “se você entrega sua força de trabalho é também um entregador”. Afirma que apressar-se para a construção da organização coletiva e de plataformas cooperativas é seguir o tempo do capitalismo: “para ontem”. Com calma e brio para lutar no Brasil de hoje: “eu não vou ficar esperar o Brasil ideal para lutar”. Galo conta como se formou politicamente, o processo de organização dos Entregadores Antifascistas e de se verem como trabalhadores. Fala também sobre o papel de plataformas como WhatsApp na construção do movimento e como a luta continua após a greve: “bagulho é luta de classes mesmo”. DIGILABOUR: Você sempre diz que é um político de rua. Quando começou essa trajetória? GALO: Quando eu tinha dez anos de idade, queria ser respeitado, como todo ser humano quer ser respeitado. E as pessoas que tinham o respeito na minha comunidade eram os caras envolvidos com o crime. A minha admiração por eles não era uma coisa voltada ao bem financeiro. Eu nem sabia, nem tinha noção, era uma criança. Não tinha noção do mal que um bandido fazia para uma pessoa colocando uma arma na cara de uma pessoa. Eu via o respeito que a comunidade tinha por eles. E eu queria aquele respeito também. E aí você começa a ficar perto e analisar. Eu percebia que a única fraqueza do bandido era a polícia. Ela chegava, batia no bandido e ele não fazia nada. Ou então o carro da polícia aparecia e os caras corriam. E aí uma vez eu ouvi uma música tocar no rádio, um rap, e os caras xingavam a polícia. Falavam até o endereço e o nome deles. Aí eu falei: “ah, esses aí devem ser os bandidos mais foda da História”. Se eles estão xingando a polícia, falando o nome e o endereço deles e está na rádio é porque os caras devem ser foda. Se um dia eu for bandido, tenho que ser bandido igual esses caras da rádio. E aí eu fui atrás de ter contato com os caras do rap, ver quem é que fazia rap, tentar descobrir, ficava perguntando. Perguntava na escola. Aí os caras foram indicando. Aí eu cheguei em um mano que cantava rap. Cheguei nele e falei: “como eu faço para escrever um rap igual ao seu?”. Aí ele me falou: “Para escrever igual a mim, você tem que ler. Para escrever, tive que ler. Você quer um livro?”. “Ué, eu quero”. Aí ele me deu Negras Raízes, do Alex Haley. Depois que eu terminei de ler o livro, fui escrever e o rap melhorou. Eu pensei: “é isso mesmo, esse é o segredo. Tem que ler para escrever”. Só que é muito louco isso. Eu estava lendo aqueles livros ali achando que eu ia virar bandido. Achando que o cara do rap era um bandido. E aí eu fui pedindo outros livros. Malcom X, 1984, Admirável Mundo Novo, A Revolução dos Bichos, As Veias Abertas da América Latina, Ensaio sobre a Cegueira. Os caras foram me dando livro. Eu fiquei dos meus dez aos quinze anos ali, andando com os caras. E eles achavam bacana, tipo “a criança que fica pedindo livro para nós. É uma coisa meio incomum”. Essa é a minha formação. Eu não sabia, mas eu estava me formando politicamente ali naquele momento. Quando eu descobri que os caras do rap não eram bandidos foi a vez que me levaram na Cooperifa. Quando fui lá e os caras recitaram a música deles, eu vi que o pessoal bateu palma, vi o perfil do pessoal e tive um choque. Eu falei assim: “esses caras não são bandidos não. Esses caras são inteligentes e as pessoas respeitam eles porque são inteligentes. Eu não preciso ser bandido para as pessoas me respeitarem. Eu posso ser inteligente”. E aí surgiu minha vontade de ser um cara inteligente. O hip hop foi minha escola política. O Galo começa a sair para a rua cantar nessa época do hip hop. DIGILABOUR: Você está com grande destaque midiático e numa maratona de lives e entrevistas. Ao mesmo tempo, sempre fala que só vale a pena se for para todo mundo crescer junto. Como tem sido a recepção da categoria de entregadores em geral em relação às pautas dos Entregadores Antifascistas? GALO: O nome Entregadores Antifascistas já assusta né? E a proposta era essa. Assustar mesmo. Não é tão binário assim, mas a proposta era aproximar os amigos e afastar os inimigos. Quando eu comecei a conversar com os companheiros, ainda achando que era motoboy, fui atrás dos deles, que falavam para mim: “Galo, a coisa está ruim? Então desliga o aplicativo e vai para cuba”. E eu: “sério, irmão? Aí eu pensei: “está na hora de mudar a forma de abordar os caras. Estou abordando da forma errada”. Achava que o problema estava em mim. Aí eu sentei em uma praça para refletir sobre isso porque eu estava me sentindo mal já. Porque se um playboy mandar você para Cuba, a vontade é de ir mesmo, pedir a passagem e ir. Agora um cara que é igual a você, trabalhador, mandar você para Cuba… dói na carne. Cheguei à conclusão que o mundo tinha mudado e eu não percebi. A gente fica preocupado em sobreviver e não percebe. Eu não era mais um motoboy igual eu era em 2012. De carteira assinada. Agora eu era um entregador. Por aplicativo. Eu preciso me adaptar rápido. Se eu não me adaptar, não vou conseguir fazer isso aqui. Os caras vão ficar jantando meu espírito. Aí eu falei assim: “quer saber? Quem sofre mais entende mais. Vou atrás dos caras da bike. Os caras da bike pagam maior veneno. Muito mais que nós de moto. Os caras vão entender”. Aí apresentei a proposta para os companheiros da bike e ninguém me mandou para Cuba. Eu falei “Ah, estou em casa. É por aqui mesmo”. Se ninguém me mandou para Cuba, vou ficar por aqui trocando ideia com os companheiros. E ali a gente foi estruturando os Entregadores Antifascistas. E agora a gente tem até bandeira! DIGILABOUR: E como tem sido o processo de você ver os entregadores começarem a se enxergar como trabalhadores? GALO: Mágico. Mágico. Eu falo que, se eu vivi outras vidas, essa deve ser a melhor das vidas. Não tem vida melhor para viver do que essa daqui. Ver os companheiros criarem autoestima, ver se empoderar, sentir que eles são capazes de transformar as coisas mesmo assim. É mágico, é surreal. É coisa que o capitalismo não pode comprar. Coisa que ninguém pode comprar. Você precisa viver a vida de forma intensa para poder passar por essa experiência. É mágico. A coisa já está acontecendo na Bahia, em Pernambuco, em Brasília, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul, no Piauí, em Minas Gerais. Já está espalhando. A verdade viraliza sem capital. Para os caras viralizar as coisas, precisam de capital, fake news, injetar capital para viralizar. A verdade viraliza sozinha. Isso é louco. Mágico, mágico. DIGILABOUR: Quais têm sido os maiores aprendizados para você na construção dos Entregadores Antifascistas? GALO: O maior aprendizado de todos é que as coisas nunca são como a gente pensa que é. E nunca vão ser como a gente pensa que vai ser. A gente tem que ir se adaptando. Hoje os Entregadores Antifascistas têm várias ideologias. Tem anarquista, comunista, socialista. Eu não sou nada porque eu não li nada dessas fitas, mas eu acho que é isso aí. Não é porque nós somos de esquerda que nós vamos pensar todos iguais. Tem muita gente que pensa diferente. E aí temos que ter pessoas que pensam diferente mesmo, para ter representatividade desses pensamentos. A minha ideia, dos Entregadores Antifascistas, é que o movimento dos entregadores seja de empoderamento do trabalhador. O anarquista quer empoderar o trabalhador? O comunista quer empoderar o trabalhador? O partido político quer empoderar o trabalhador? O sindicato quer empoderar o trabalhador? O movimento social quer empoderar o trabalhador? Vamos parar de gracinha, de picuinha, e empoderar o trabalhador. As coisas não acontecem lá na frente. As coisas são agora. O trabalhador precisa de ajuda agora. DIGILABOUR: Você fala muito que a nossa luta no Brasil é no presente, no agora, e não no Brasil do futuro, ou algo idealizado. Quais são os principais desafios e lutas dos entregadores nesse Brasil de hoje? GALO: Eu vou falar do desafio e da luta. O maior desafio dos Entregadores Antifascistas nesse momento é conseguir se organizar sem estabelecer uma hierarquia. Conseguir se organizar para ser um movimento horizontal, mas que isso não seja algo que nos enfraqueça em relação aos inimigos que temos que enfrentar pela frente. Os inimigos ficam tentando entender nossa estrutura para nos derrubar. A gente quer fazer de uma forma que não tenha essa coisa de líder, pessoas acima. O poder tem que estar na mão do povo mesmo, na mão dos trabalhadores, não tem que ter líder. As pessoas não são gado, que vamos levar para cá ou levar para lá. É um movimento de pensadores. O maior desafio é como a gente vai estabelecer e estruturar um movimento sem essas hierarquias e que ainda assim consiga se defender de inimigos que estarão por vir, que a gente sabe que vai ter que enfrentar. DIGILABOUR: E como não repetir 2013? GALO: É isso. Como não repetir 2013. A questão é: todas as políticas querem empoderar o trabalhador. Quais são as políticas que querem empoderar o trabalhador?”. Vamos empoderar o trabalhador, irmão. Fortalecer a esquerda, criar uma esquerda forte. Não tem que todo mundo pensar igual. Não tem que todo mundo ser anarquista, ou comunista. As pessoas podem ser diversas e de formas diferentes, e nós temos que nos respeitar. Como não repetir 2013? Entender o que é ser antifascista. Na prática, na práxis. Na práxis. Antifascista não é só lidar contra o fascista. Antifascista também é lidar contra o fascismo. O fascismo está perto de nós. Pode pegar o Galo se o Galo não tomar cuidado. O fascismo pode nos pegar. Então como não repetir 2013? Vigilância. E escutar as pessoas, sabe? Quando as pessoas, às vezes, vêm fazer uma crítica e você não está disposto a escutar a crítica isso é fascismo. Tem que escutar as críticas. Eu tenho que ser questionado. Eu tenho que ser colocado à prova. Coloca alguma coisa para eu testar minha verdade. Eu acho que quem tem verdade suficiente não tem medo de crítica. É saudável. As pessoas pensam diferente. A evolução parte da diferença das pessoas. A minha vontade diz que a gente tem que unificar a esquerda de uma forma forte. E a classe trabalhadora, entendeu? A classe trabalhadora ser unida e a gente entender como o mundo funciona. É luta de classes mesmo, não dá para ficar de conversinha. Bagulho é luta de classes mesmo. DIGILABOUR: E como continua a luta? GALO: Antes de iniciar a luta, nós temos que desconstruir algumas mentiras. Eu falo com os Entregadores Antifascistas: “não é pé de coentro que vai ganhar a altura certa em quinze dias. Nós somos são baobá. Vamos demorar para crescer”. Vai crescer devagar, lentamente. Tem gente que fala assim: “ah, eles só têm trinta caras”. É isso mesmo. Você acha que nós estamos preocupados em ser um movimento gigante amanhã? Não estamos. Estamos preocupados em mostrar para as pessoas que elas precisam entender isso aqui. Antes de aderir a essa ideia, elas precisam entender. Tem que saber porque ama e porque odeia. Sem essa de “velocidade”. A gente não é anticapitalista se ficar agindo para ontem. Isso é igualar ao capitalismo, que coloca tudo para ontem. Aí nós não seríamos anticapitalistas. A gente quer ser anticapitalista no tempo do capitalismo? Não vira. Então a gente está no agora. O que tem para fazer agora? Uma live? Trocar ideia? Então vamos. Depois vamos resolver os problemas dos Entregadores Antifascistas? Vamos lá. Uma hora depois vamos levar uma marmita ali para o pessoal que precisa comer? Vamos lá! Uma hora depois eu tenho que limpar o chão da minha casa? Vamos lá. Não tem pressa. Eu não tenho pressa de fazer a coisa crescer. Fazer os entregadores se enxergarem como trabalhadores é mais fácil agora? Acho que têm pessoas agora dizendo uma verdade. Nós não somos empreendedores. Nós somos trabalhadores. E a ideia é essa. O patrão fica tentando manipular a mente do trabalhador para os trabalhadores se dividirem. Mas a gente não pode se dividir por causa de uma ideia de patrão. Nós não temos que ficar acatando ideia de patrão. Temos que ir para cima e vamos contar nossa verdade. Eu acredito que eu não tenho o poder de mudar ninguém. Eu acredito que eu tenho o compromisso de falar a minha verdade. E essa minha verdade pode chamar outras verdades. E essas verdades vão se unir e vão ser uma verdade maior. É nisso que eu acredito. No poder da verdade. DIGILABOUR: Temos visto o surgimento de plataformas cooperativas de entregadores em alguns lugares do mundo. Ao mesmo tempo, no Brasil, vejo as pessoas com muita pressa para construir isso. GALO: Tem que dar tempo de todo mundo entrar no bonde. Não é porque o cara votou no Bolsonaro que ele deixou de ser meu irmão. Não é porque o cara tem uma ideia que eu não concordo que ele deixou de ser meu irmão. E a gente tem que ir devagarzinho para dar tempo de todo mundo entrar no bonde. Caso contrário, deixaremos gente para trás. Não pode deixar ninguém para trás. Nós não evoluímos no mesmo tempo. Tem que respeitar. Então, às vezes, se você acelerar o bonde, pode estar construindo um barato feio lá na frente. Várias pessoas entram em contato com a gente também para fazer cooperativa. Eu falo assim “você ganha quanto por mês?”. “Ah, eu ganho dez mil”. “Você está disposto a passar a ganhar três, igual todo mundo, na cooperativa? Você quer montar uma cooperativa para quê? Para nós fazer tudo junto? Ou só para você nos ajudar? Qual é a fita?”. “Não, mas eu…”. “Então, você vai deixar de ganhar dez mil onde você ganha para participar da nossa cooperativa e ganhar três mil igual todo mundo na cooperativa. Você está disposto?”. “Não, porque eu… Tenho minha vida, minhas contas”. “Então deixa para a próxima aí”. Nós não começamos a sofrer ontem e não vamos parar de sofrer amanhã. A luta é para a vida toda. Não adianta achar que a coisa vai se resolver amanhã com “Vamos tirar o Bolsonaro e aí tudo está solucionado!”. Não está solucionado não, irmão! Tudo bem que tirar esse cara doido do governo ajuda bastante, mas a gente tem o capitalismo, cara. Bolsonaro é um fruto do galho. A raiz é egoísta, o tronco é capitalista, o galho é fascismo, racismo, machismo. O Bolsonaro é um dos frutos do galho do fascismo. Tirar o fruto vai resolver alguma coisa? Vai nascer outro fruto naquele lugar. A solução mesmo é machadada no tronco. E aí você acha que nós vamos derrubar essa árvore forte, que já está estruturada, enraizada assim tão fácil? Vai demorar um tempo. Nós precisamos de muita gente, com vários machados. Sair dando machado na mão de todo mundo e falar assim “Se prepara que nós vamos ali dar machadada no tronco para derrubar isso aí”. Isso vai demorar tempo. Não tem problema demorar! Triste é o dia da chegada. Aí você vai sentir falta da competição inteira. Do momento inteiro. Então, o importante é agora. Por que nós temos que acelerar o tempo das coisas? Parece que a gente acaba ficando velho mais cedo com essas ideias aí. DIGILABOUR: Como a luta continua após a greve? GALO: A greve não foi puxada pelos Entregadores Antifascistas. Ela não tem um condicionamento político. Nós, Entregadores Antifascistas, temos. Não tem como dizer que nós não somos um movimento de esquerda. Está caracterizado que somos um movimento de esquerda. A greve tem uma pauta. Aumento das taxas, aumento da taxa fixa, da taxa mínima, fim dos bloqueios injustos, e uma remuneração aos companheiros que se acidentam ou que foram contaminados pelo COVID-19. Essa é a pauta da greve. É isso. Não tem liderança, não tem partido político. E o dia 2?. No dia 2, a luta continua. Os Entregadores Antifascistas continuam e não vão parar. Vão continuar seguindo o bonde. Devagar, no nosso ritmo, do jeito que as coisas têm que ser: dia 2, 3, 4, 5, 31, 2021, 2040. Vamos estar aí. DIGILABOUR: Uma das suas frases é “Todo mundo que entrega sua força de trabalho é entregador”. Além de chamar a união da classe trabalhadora, isso também pode significar que o trabalho em plataformas pode se generalizar para todas as categorias? GALO: São os dois. É o mix. Logicamente a minha intenção maior com essa ideia é unir a classe trabalhadora. É a minha vontade. Eu estou na bala do trabalhador. Eu estou nas ideias do trabalhador. Eu acho que nós temos que nos unir. As enfermeiras gritarem de lá, os metroviários irem ajudar. Os metroviários gritarem de lá, os entregadores irem ajudar. Os ferroviários gritarem de lá, e os petroleiros irem ajudar. Porque nós somos todos trabalhadores. Os caras não têm problema só com os entregadores. Os caras têm problemas com o trabalhador. É um processo de rasgar a carteira do trabalho de todo mundo aí. Tudo bem, a carteira de trabalho não é mil maravilhas, né? Não é! Só que eu queria que a luta dos Entregadores Antifascistas fosse uma luta para melhorar a CLT, não para recuperar a CLT. E que também não fosse uma luta para garantir que a democracia não acabe, mas para garantir que a democracia chegue para todo mundo. Só que o Brasil é estranho, mano. Nós vamos ficar esperando tempo bom para lutar? Eu não vou ficar esperando o Brasil ideal para lutar. Eu vou lutar no Brasil que tem. DIGILABOUR: Como a comunicação em plataformas digitais, como o WhatsApp, tem ajudado a organizar coletivamente os entregadores? GALO: Tem ajudado, mas eu ainda prefiro olho no olho. Eu falo com a minha carne, eu falo com a minha pele, eu falo com o meu olhar. Ainda prefiro aquela coisa presencial. Mas eu confesso que essas ferramentas ajudam. Seria muito difícil organizar os Entregadores Antifascistas nesse momento pelo Brasil todo se não fosse isso. Mas eu confesso que eu gosto de olhar no olho. Gosto de falar, olhar no olho e ver se o olho da pessoa brilha, se o olho da pessoa ofusca. Eu vou me moderando por isso. Os Entregadores Antifascistas vão acontecer verdadeiramente na rua. Não vai ser no WhatsApp. O WhatsApp é uma ferramenta para a gente dar um jeito, mas a coisa é na rua. Político de rua não é político de WhatsApp. (Por Rafael Grohmann e Paula Alves) DigiLabour Compartilhar Artigo AnteriorTrabalho uberizado e capitalismo virótico: entrevista com Ricardo Antunes Próximo ArtigoTrabalho digital em lentes feministas marxistas: entrevista com Kylie Jarrett 2 de julho de 2020