Início » Núcleo de Tecnologia do MTST recebe Prêmio de Justiça Social Articles Núcleo de Tecnologia do MTST recebe Prêmio de Justiça Social O Núcleo de Tecnologia do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ganhou o Prêmio de Justiça Social concedido pela Labor Tech Research Network, uma rede de pesquisadores, trabalhadores de tecnologia, formuladores de políticas, ativistas e sindicalistas localizados em 55 países. O Labor Tech Awards premia anualmente os destaques do ano na área de trabalho e tecnologia nas categorias melhor livro, melhor artigo e destaque em justiça social. Segundo a Labor Tech, o MTST tem demonstrado impacto e inovação ao construir um setor de tecnologia dentro do movimento sem-teto. “Sentimos que o MTST está expandindo as definições do que significa trabalhar com tecnologia, reconhecendo criticamente a intersecção pouco explorada entre trabalho informal e tecnologia para comunidades socialmente marginalizadas”, afirma o texto da premiação. A organização ainda destaca que o MTST está reunindo trabalhadores de tecnologia que questionam a hegemonia das empresas de tecnologia do Vale do Silício e construindo projetos como Contrate Quem Luta – assistente virtual que conecta militantes do movimento a pessoas que precisam de serviços como pintura e limpeza. Para Alexandre Boava, do Núcleo de Tecnologia do MTST, o prêmio demonstra o reconhecimento internacional dos projetos do movimento. “Estamos organizando comunidades e construindo tecnologias a partir de nossos territórios, com seus valores e necessidades. Isso é uma lógica distinta das grandes empresas de tecnologia. Receber esse prêmio internacional demonstra que nossas lutas ressoam em outros lugares, e que podemos ser referências para organizações ao redor do mundo”. O prêmio foi recebido por cinco membros do movimento. Quênia Gouveia, uma das integrantes, afirma que o diferencial do Núcleo de Tecnologia está no coletivo. “Nós fazemos tudo no coletivo. Construímos tecnologia e produzimos conhecimento coletivamente”. O setor já publicou uma cartilha sobre soberania digital popular e constrói seus projetos com base em pensadores brasileiros: “Parafraseando Paulo Freire, a leitura do mundo precede a leitura do código”, aponta Quênia. O Labor Tech Awards também premiou os livros Code Work (Princeton University Press), de Hector Beltran, professor do MIT, e Silicon Valley Imperialism (Duke University Press), de Erin McElroy, professora da Universidade de Washington. DigiLabour Compartilhar Artigo AnteriorAntiglossário questiona imaginários sobre IA e trabalho por plataformas Sem novos artigos 1 mês atrás